Quem fica em casa e já não sai mais para trabalhar, além da rotina monótona, está arriscado a perder a noção do tempo, pois não há muita diferença entre os dias da semana, o sábado e o domingo; os dias passam voando - já estamos chegando ao outono! -  é tudo sempre muito igual, o que me fez esquecer, na semana passada, que esta segunda-feira seria o Dia Internacional da Mulher, falha imperdoável, da qual tentarei me redimir hoje.

Neste mês em que completamos um ano de pandemia, de vida fora do normal, de 365 dias com notícias assustadoras, somadas a problemas que se vão juntando, elegi alguns tipos de heroínas que merecem nossas homenagens. Em primeiro lugar, obviamente, aquelas que estão no front de combate à pandemia: enfermeiras, médicas, assistentes, fisioterapeutas, nutricionistas, faxineiras e funcionárias dos hospitais que não abandonaram essa luta exaustiva e interminável.

Conforme a Agência Brasília, 70% dos profissionais na linha de combate são da ala feminina e as mulheres são comprovadamente mais resistentes, pois o maior índice de mortalidade entre esses profissionais é do contingente masculino.

Artigos publicados em revistas científicas internacionais explicam o motivo: homens geralmente fumam mais, ingerem mais gorduras, bebidas alcoólicas e só vão ao médico se estiverem muito mal, enquanto a maioria das mulheres é mais ativa fisicamente e cuida mais da saúde. E a pesquisa nem incluiu o uso correto de máscaras, álcool gel e distanciamento social, que muitos homens se recusam a compreender e a cumprir!  Portanto, a essas persistentes guerreiras, minha homenagem pelo Dia Internacional da Mulher, porque vocês merecem!

Outro grupo de heroínas é o de mães que estão em home-office, mas ao mesmo tempo precisam cuidar da casa e das roupas, cozinhar e acompanhar os filhos nas aulas on-line, muitas vezes com um horário excessivo para as crianças. Pude acompanhar de perto minhas filhas e meus netos, por isso tenho a exata medida da verdadeira batalha a ser vencida a cada dia por elas! A todas, representadas aqui por aquelas que acompanhei, Raquel e Lígia, o meu maior respeito e minha justa homenagem.

O terceiro grupo de mulheres-maravilha é o de professoras dos quatro primeiros anos do Ensino Fundamental, que estão se desdobrando nesse vaivém de aulas presenciais e on-line, modalidades que passaram a coexistir - a professora trabalha, simultaneamente, com alunos em sala de aula e on-line, e as crianças não param de chamar: "Tia! Tia!" - uma loucura!

Sinceramente, vocês são mais do que super-heroínas, vocês merecem os céus! E tudo ocorreu repentinamente, sem um treinamento efetivo antes da pandemia... Se estivesse a meu alcance, lutaria para que todas vocês fossem financeiramente gratificadas, porque o desgaste no preparo dessas aulas e em manter o nível do "espetáculo" só quem é professor reconhece!

Para finalizar, quero agradecer e homenagear também aqui as mulheres que trabalham no Residencial Novo Tempo, garantindo os cuidados e a saúde dos pacientes que lá estão. Não cito nomes por receio de me esquecer de alguém, mas desejo agradecer à Giane, pela atenção e competência, e à Maria Amélia, que faz nosso contato pelo WhatsApp, enquanto não nos permitem as visitas presenciais, que espero voltarem rapidamente!  Meu agradecimento também a todas que cuidam de minha mãe.

Enfim, ser mulher e não sucumbir nestes tempos tão conturbados e fora do normal exige de todas nós muita energia e resiliência, o que é muito difícil sem a fé em algo maior que rege este universo! 

A todas as leitoras, meu abraço com atraso, mas com o desejo de que continuem firmes na resistência contra a pandemia e contra a discriminação da mulher!

P.S.: Senhor prefeito, as academias de ginástica são essenciais à saúde física e mental de muitas pessoas, além de muitos desses estabelecimentos trabalharem com a recuperação de lesões, portanto é preciso que permitam o retorno ao menos das atividades de extrema importância para a saúde dos clientes, caso contrário não se justificaria a vacinação prioritária desses profissionais!