"Apesar da vida humana não ter preço, agimos sempre como se certas coisas superassem o valor da vida humana". No entanto, basta uma pequena reflexão para entendermos que nada tem mais valor na vida que a própria vida. (Saint-Exupéry)                                                                  

Esta pergunta pode até parecer ofensiva, mas não é se analisarmos sobre determinados pontos de vista. O valor de uma vida é de fato incalculável se a discussão se der no campo filosófico; já no campo econômico, a vida tem sim valor bem definido.

Os economistas Michael Greenstone e Vishan Nigan, da Universidade de Chicago, se dedicaram a fazer um estudo para calcular o preço de mercado da vida humana durante a pandemia, e uma das perguntas foi sobre quanto as pessoas aceitariam pagar para preservar a vida. O estudo reuniu informações sobre modelos epidemiológicos da Covid-19, e chegaram à conclusão que as medidas de quarentena e de distanciamento fazem todo sentido, quando perceberam que muitas mais vidas são salvas quando são aplicadas politicas severas de distanciamento, que dure até quatro meses.

Richard Thaler, ganhador do prêmio Nobel de Economia de 2017, também realizou uma pesquisa com duas perguntas para os entrevistados.

 A primeira pergunta: quanto você pagaria para eliminar uma doença que contraiu e que possui taxa de mortalidade de 1 em 100 mil? E a segunda: quanto teria que pagar para você fazer algo que o colocaria com uma chance de morrer 1 em 100 mil?

Os valores, em tese, deveriam ser os mesmos, mas não foram. Enquanto as pessoas estavam dispostas a pagar U$ 2 mil na primeira questão, na segunda o valor pulou para U$ 500 mil, e ainda houve quem não quisesse responder, pois disse que a vida não tem preço!

Infelizmente, em um passado não muito distante houve uma grande tendência por desvalorizar a vida dos idosos, doentes físicos e mentais, tanto que esteve em moda em vários países desenvolvidos, como a Grã Bretanha, a eugenia, que pretendia aperfeiçoar a raça humana através de técnicas de seleção artificial, descartando grupos considerados indesejáveis.

Hoje em dia, essa desvalorização da vida se manifesta em atitudes mais práticas, como por exemplo, o governo não comprar vacinas necessárias para imunizar a população e dizer que a Covid-19 trata-se apenas de uma gripezinha.

Todo mundo quer desvendar o valor da vida. Por exemplo: para uma mãe, o valor da vida de seu filho não tem preço, mas para um empresário a vida de seu empregado só vale enquanto ele estiver produzindo. Daniel Hamermesch, economista americano, calcula que para cada vida salva nos EUA se perdem 200 empregos, algo em torno de quatro milhões de dólares de salários.

 O promotor Francisco Cembranelli, de São Paulo, durante uma entrevista no programa de televisão de Ana Maria Braga, disse que lamentava que as leis brasileiras dessem tão pouco valor à vida. Nós sabemos que isso é verdade, pois basta acompanhar os noticiários para entender que o nosso atual governo não tem como meta a valorização da vida do povo.

Vivemos em um mundo ameaçado por doenças e guerras, e a única coisa que as pessoas não querem perder é a vida, então podemos dizer claramente que ela vale a pena ser vivida apesar de tudo, por isso devemos valorizar a vida e o amor.

Steve Jobs disse que não podemos perder a fé. Raul Seixas cantou lindamente: "Tente, e não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida, tente outra vez".