Quando bate aquela vontade de pescar, acompanhada de um convite irrecusável, o pescador faz qualquer coisa para juntar suas tralhas e, na companhia de amigos, se ausentar de seus lares e esposas para uma pescaria.

Há alguns anos, o �??romeiro�?� Renato Capuano convidou os também pescadores Juvenal Antonio (Nal), Zé Bétio, Sérgio Bicalho (Tripa), João do Carvão, Celso Natal Ferian da Del Nino Tintas, Lito Junqueira (Pancho Villa), Morganzinho, Galego, Venezian, Bim Catalano (Bita), Velmor Baldassim (Bardá), Enéias (O Perdido), Raddi (Tomate), Carlão do Taxi, Carlinhos da Areia, Mário Rui (veterinário), Gão, Ercinho da Ritmo, Paulinho e Nenê. A bordo de seus possantes veículos, rumaram para o Pantanal Matogrossense, mais precisamente para Albuquerque, distrito de Corumbá. Ficaram hospedados por vários dias na acolhedora e bem localizada Pousada do Gordo, de propriedade do amigo Levino Pio da Silva, também conhecido como Gordo, e de seu filho Careca, à margem da Baía dos Periquitos �?? no rio Paraguai.

PANTANAL

O bioma Pantanal é um ecossistema com 250 mil quilômetros de extensão, distribuído entre o Sul do Mato Grosso, o Noroeste de Mato Grosso do Sul, o Norte do Paraguai e o Leste da Bolívia; está, portanto, no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai.

A região é uma planície pluvial onde se desenvolvem fauna e flora de rara beleza e abundância, influenciada por quatro grandes biomas:  Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica.

O rio Paraguai e seus afluentes percorrem a região e inundam  extensas áreas, que servem de habitat e abrigo para muitos peixes, como o Pintado, o Dourado, o Pacu, a Piraputanga, o Piau. Mas não só a fauna aquática tira o fôlego do visitante; são muitos os animais terrestres e as aves do Pantanal, como a arara azul, a anta, a capivara, o tucano e a ariranha. Muitos estão ameaçados de extinção em outras partes do Brasil, mas ainda têm populações vigorosas na região pantaneira, entre eles o cervo-do-pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.

S�? ALEGRIA

Para os pescadores rio-pardenses, o peixe não era o fator mais importante da aventura, pois a intenção era aproveitar uns dias de folga para um descanso merecido, lógico, reforçado pela pesca esportiva. Fisgaram centenas de peixes e, tão logo faziam a pose para a foto, os animais eram devolvidos à agua.

O PERDIDO

Virou tradição essa turma pescar naquele local. Por vários anos consecutivos, sempre no mês de agosto, lá estão eles a caminho do Pantanal para gozar suas merecidas férias. Sim, porque ninguém é de ferro; todos exercem profissões exaustivas, exigindo muito da cabeça dos meninos.

Enéias, especialista em consertos de eletrodomésticos, se titula exímio pescador e piloto de camionete. Ele faz o mesmo caminho todos os anos, mas o seu cérebro ainda não conseguiu memorizar o trajeto. Segundo o Renato, em todas as viagens o garoto se perde; ele é sempre o primeiro a sair de São José e, depois de ficar rodando igual cachorro querendo morder o rabo, utiliza o seu celular para informar os demais pescadores que irá atrasar algumas horas, por erro de percurso.

FESTA SURPRESA

Nesta ocasião, em pleno Pantanal, no quiosque da Pousada, os viajantes festejaram mais um ano de vida do Nal, com direito a bolo, bexigas e tudo o que um garoto tem direito no dia do seu aniversário.

O TEMPO MUDOU E A PINGA ACABOU

Quando se define data e destino para se pescar, é prudente saber que tudo pode acontecer, e nada pode deixar o humor e o companheirismo serem abalados �?? isso a turma soube administrar, mesmo com a drástica mudança do tempo nos dois primeiros dias, com um forte vento Sul acompanhado de um frio de bater os dentes, em pleno Pantanal, e a falta de pinga, mesmo assim tudo correu a contento. Bim, que é veterano e bebedor oficial da turma, sempre procurava animar os companheiros dizendo: �??Vamos tomar cerveja bem gelada para esfriar por dentro, assim a temperatura se iguala e não sentimos mais frio�?�.