"Não aguento mais esse assunto".

Acho que é o sentimento de todo brasileiro, desde os atordoados com a situação até os que já a ignoram. �? só esse assunto e vai continuar sendo, porque o brasileiro não tem esperança - e nem deve ter.

Não chega a ser pessimismo, eu chutaria mais para falta de política pública. Um país que não tem governo, não tem governante, não tem norte e cujo povo não tem empatia. Quem ousaria ter esperança?

A cada dia, piora, ao passo que vamos descobrindo a profundeza da omissão. E é rotineiro ecoar na minha cabeça:

Será que meu pai estaria vivo se o governo federal não desacreditasse na ciência e tivesse aceitado de pronto as primeiras ofertas de vacina?

Ecoa, ecoa, ecoa e a resposta é sempre positiva. Estaria vivo porque estaria vacinado. Meu pai e os 300 mil brasileiros que faleceram só em 2021.

Como o Brasil estaria passando pela sua maior crise sanitária e econômica se não tivessem eleito esse des-governo, me pergunto todos os dias. Não dá para ter esperança, nem jogar pra sorte: estamos enfrentando essa crise monstruosa desgovernados pela personificação de burrice, despreparo e incompetência. E, de toque final, vem uma parcela de povo sem empatia e sem noção. Não dá para ter esperança.

Não chega a ser pessimismo, eu chutaria para a tristeza mais profunda do choro de um país inteiro.

Aproveito o espaço para me solidarizar com absolutamente todas as famílias brasileiras que, como a minha, perderam seus amores para uma doença, a qual a ciência fez ter vacina numa velocidade absurda, digna de enorme admiração.

Admiremos quem dedica uma vida à ciência e traz resultados mesmo com pouquíssimos recursos; não admiremos, jamais, quem passou uma vida inteira sem fazer nada além de um genocídio.

Ao mesmo tempo, que a nossa fé e credibilidade se voltem à ciência, porque não foi vontade de Deus, não era para ser, não era pro Brasil estar carregando esse fardo tão, tão, tão pesado hoje.

Foi falta de política pública. Foi e continua sendo incompetência.