Para comemorar o Dia do Pescador, 29 de junho, voltarei ao tempo para relatar como tudo começou. Ou seja, como e porque esta página �?? �??Histórias de Pescador�?� �?? teve início e se mantém. Completará 18 anos em setembro, publicada em mais de 900 edições, envolvendo milhares de rio-pardenses, entre pescadores e amantes da natureza.

Não me recordo muito bem, mas deve ter sido em março ou a abril de 2003, quando em conversa com o pescador Hamilton Torres, ele me mostrou um exemplar do jornal �??A Mococa�?�, uma página onde havia uma foto com pescadores da vizinha cidade, com um relato de uma pescaria.

QUEM IRIA ESCREVER?

Naquele dia em que conversávamos, acompanhados de algumas cervejas, ficou acertado que daríamos uma �??pescadinha�?� no rio Douradinho, município de Lagoa da Confusão, estado do Tocantins. E, na volta, publicaríamos o acontecido nessa empreitada. Mas quem escreveria?

Retornamos da pescaria, sentei-me ao computador e relatei tudo o que aconteceu durante a viagem. Passados alguns dias, recebi em minha casa o saudoso Celso Amato. Ficamos horas falando de política, pois ele era candidato a prefeito �?? e foi novamente eleito em outubro daquele ano. Aproveitei a deixa e pedi a ele que desse uma lida nas três laudas escritas por mim e, se possível, levá-las para publicação no então �??Democrata�?�. Ele leu e veio o veredito: �??Olha, Quessada, o texto é interessante e diferente, um relato que acredito ser fiel ao acontecido. Mas o leitor não tem muita paciência para textos longos. Mande-o para o Paulo Flamínio, que fará um resumo e com certeza vai publicar�?�. Assim fiz, enviando também muitas fotos da viagem.

SURPRESA

Sábado, nem bem havia amanhecido o dia e lá estava eu em frente à banca da Praça do Mercado, esperando chegar o �??Democrata�?�, ansioso para ver se haviam sido publicado alguma coisa, nem que fossem duas linhas e uma foto. Para minha surpresa, lá estava uma página inteira com mais de dez fotos e o texto na integra, lógico que devidamente revisado.

CONVERSA DE PESCADOR

Não faz muito tempo, fomos até a Represa Hidrelétrica Euclides da Cunha atrás dos Mandis e fizemos uma bauruzada no rancho FQ para comemorar uma vitória da Seleção Brasileira no dia anterior e o Dia do Pescador.

Participaram desse �??combate�?� o Fagner Garcia (Alemão), Daniel Tessari (Boomerang), eu e, o responsável pela chapa Felipe (Max.Com Informática).

Meu Deus, os homens não têm fim... O relógio já tinha dado sua décima-segunda badalada e nada da moçada ir embora. Foram muitas saideiras sem que ninguém saísse. Até que o Daniel pediu a palavra e narrou uma história mais ou menos assim (dada a hora avançada e as inúmeras cervejas tomadas, é o que consigo lembrar...)

No último mês de maio, estive pescando no rio Pardo. Em um dos arremessos, acabei fisgando um Dourado que pesou mais de 10 quilos depois de limpo. Isso mesmo, acredite se quiser, mas foi verdade. No solta e puxa pra não perder o bruto, acabei tomando um mau jeito no braço direito. Procurei todos os recursos, mas nada remediava aquela maldita dor no braço, que nem me deixava mais pescar. Foi aí que resolvi fazer uma intenção, de ficar sem beber cerveja por um ano. Quem aprecia esse produto sabe que é doido ficar sem, ainda mais por um ano inteiro e a copa do mundo rolando na alta. Passado um mês sem tomar uma gota do líquido precioso, a maldita dor sumiu e eu já não aguentando mais a abstinência. Até que em uma noite dessas, quando dormia, sonhei que estava tomando todas e o sonho foi muito claro; apesar de estar bebendo, não tinha quebrado a promessa. Então percebi que Deus tinha me dado uma luz através do sonho. Fiquei muitas horas meditando sobre o recado divino e chequei à seguinte conclusão: a promessa foi feita, a dor me deixou em paz, então vou cumprir o prometido, ficarei este restinho de ano sem a cerveja, mas em compensação, e com a ajuda do Pai, estou acabando com o estoque de chopp do amigo Vitinho (Festa & Cia). Cerveja é uma coisa, chopp é outra coisa.

Dia do Pescador

Conhecidos por suas muitas míticas histórias,  os pescadores comemoram o seu dia todo 29 de junho. Pescador é aquele sujeito que conhece a natureza e entende o rio.

Existem basicamente três tipos de pescadores: profissional, amadores e ribeirinhos. Profissionais são aqueles que dependem do pescado como fonte de renda. Os amadores precisam ter a licença de pesca para praticar a atividade, embarcada ou não, também respeitando cotas e o período de reprodução dos peixes (Piracema), que, na maioria das bacias brasileiras, vai de novembro a fevereiro. Os ribeirinhos são aqueles felizardos que moram próximo ao rio.

�??Sou um simples e humilde pescador, nesse mar imenso de ilusões�?�.