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18/Set/2021 - 18:01:24
O galo pagou o pato por botar ovos
Felipe Quessada
O rio das Mortes, também conhecido como rio Manso, é um curso de água que banha o estado de Mato Grosso. Está localizado na bacia Araguaia-Tocantins tendo extensão total de 1.200 quilômetros. Desagua no rio Araguaia, 20 quilômetros a montante de São Felix do Araguaia.
O nome rio das Mortes foi colocado pelos índios Xavantes, devido às grandes batalhas com os bandeirantes às margens do rio. Uma outra versão narrada pelos ribeirinhos é que uma barcaça que transportava inúmeros religiosos afundou em um determinado trecho do rio, levando todos à morte.
O rio das Mortes sustenta um grande ecossistema e é tido como o segundo rio do mundo de água mais pura. A declividade do rio das Mortes é baixa, e o leito é arenoso e a flutuação do nível d´água, entre enchente e vazante, é bastante significativa. As águas altas ocorrem entre dezembro e maio, e foi pensando no nível do rio que os rio-pardenses Mauro Marcão, Mauro Careca, Nego, Bagunça, Caverna, Neto, Bigode, Ercinho e Laércio da Farmácia, liderados pelo fanático pescador Alan (Moranguinho do Estacionamento Auto Via Veículos) arrumaram suas tralhas e desembarcaram na margem esquerda do rio das Mortes, local situado perto do vilarejo Berrante, município de Ribeirão Cascalheira - MT, a aproximadamente 1.600 quilômetros de São José do Rio Pardo.
FOI PRA PANELA
Nas proximidades do acampamento dos rio-pardenses, existe uma pequena casa, onde reside a dona Raimunda, que tem como seu principal alimento, os peixes e o ovos produzidos pelas galinhas que são lideradas por um imponente e cantador galo, apelidado de "Bicudo".
Como ocorre em tantas outras espécies, o instinto básico dos galos é exercer e manter controle sobre um território determinado, o que inclui não apenas um espaço físico, como uma população - no caso um galinheiro. O Bicudo possuía, assim, como todos da espécie um repertório especial para impor sua autoridade: como inchação, uma maior cloração na crista e, é claro, o canto emitido com muito vigor, para assustar qualquer desafiante. Como era uma ave de hábitos diurnos, que dormia e acordava cedo, ele cantava a plenos pulmões ao raiar todos os dias, bem ao lado da barraca, onde o Moranguinho repousava, após um dia "exaustivo" de pescaria.
Em uma das madrugadas, quando o Moranguinho dormia tranquilamente e sonhava com as fisgadas, foi acordado com o cantarolar do Bicudo, bem na hora que ia embarcar um enorme Tucunaré, o maior de todos. Com os cabelos arrepiados e mal humorado, saiu da barraca com a intenção de "tirar" satisfação com o penoso, foi quando o flagrou bicando um ovo, mais que depressa pegou o alimento que já estava furado e o chupou e em seguida foi até a casa da dona Raimunda e contou-lhe a história, afirmando que o Bicudo teria degustado o ovo.
O tempo passou e Moranguinho juntamente com os seus companheiros foram pescar, quando da volta para o almoço, ele, como sempre, indagou a dona Raimunda: "O que temos para o almoço, afinal de contas hoje é domingo e já estou farto de tanto comer peixes". De bate o pronto ela respondeu: "Hoje o prato é especial, temos galo com omelete".
O GALO QUE BOTAVA OVO
Segundo a dona Raimunda, o Bicudo era um galo muito especial, ele botava ovos quase todos os dias e em seguida os comia, poucos foram para a frigideira dela.
Especialistas destacam que é raro que um galo coloque ovos, mas pode acontecer se o animal for hermafrodita. Ou seja, ter ao mesmo tempo um testículo e um ovário. Nesse caso é uma mutação genética e existem duas situações: ele poder ser hermafrodita ou animais que têm tanto DNA feminino quanto masculino. ? como se tivéssemos na mesma ave um galo e uma galinha.