Todos já ouviram essa expressão. Sim, professores deixam marcas em nossas vidas, como muitas outras pessoas, mas, nesse caso, de uma forma especial, por vezes indelével e eterna. Em minha formação, tive a presença de professores muito especiais, sendo que alguns deles, mais adiante, tornaram-se meus companheiros de trabalho em sala de aula ou como diretores de unidades escolares.

O professor Márcio José Lauria foi um desses professores. No ensino fundamental, no Euclides Cunha, foi uma passagem rápida na quinta série. Já na Faculdade, onde o professor Márcio era professor e também Diretor, o contato foi aprofundando. Formado professor, lecionando em escolas estaduais, fui convidado para trabalhar no curso de História, reencontrando o professor Márcio.

Foi num desses dias, por volta de 1990, que o professor Márcio me chamou para uma conversa na sala da Direção e pediu-me que preparasse uma aula sobre uma temática euclidiana. Dessa forma eu entrava no movimento euclidiano, participando das atividades que a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras promovia durante a Semana Euclidiana. No dia marcado, além dos maratonistas, lá estava o professor Márcio Lauria ao lado do Doutor Oswaldo Galotti. Para um iniciante, uma prova de fogo comparável às temíveis bancas universitárias.

Por anos, até a sua aposentadoria da Faculdade, pudemos dividir muitas conversas de assuntos variados - eu sempre na condição de aprendiz da língua portuguesa. Em uma oportunidade, juntamente com dona Marilena Bertocco Landini, fomos à UNESP de Araraquara, ao encontro do professor amigo José �?nio Casalechi em busca de parceria para nossa Faculdade. Era um dia chuvoso e eu comentei sobre notícias de queda de barreiras. Em seu tom particular, ele sorriu e disse: "não seriam barrancos?" Agora os três conversam em planos superiores.

Do lado político, faço questão de lembrar o empenho do professor vereador Marcio José Lauria para a implantação do Grupo Escolar no alto da Vila Pereira, hoje E.E. Dr. João Gabriel Ribeiro. Também, por lei proposta pelo vereador Márcio Lauria, a data de 4 de abril passou a ter reconhecimento oficial como sendo o ponto de partida para nossa cidade, em reconhecimento à Ata de 4 de abril de 1865. Era o ponto final de uma pendenga histórica levantada pelos memoráveis Paschoal Artese e Amélia Franzolin Trevisan.

Obrigado, professor Márcio. Que a História possa garantir o devido reconhecimento ao seu trabalho.