Na noite de terça-feira, dia 10, a Câmara Municipal de São José do Rio Pardo promoveu uma Audiência Pública para debater a situação atual da Faculdade Euclides da Cunha (FEUC), suas dificuldades e possíveis propostas de solução. O evento, marcado para as 18h30, começou com quase uma hora de atraso devido à longa pauta da última sessão ordinária do ano.

Fundada em 1964, a FEUC é uma das instituições de ensino mais tradicionais da região, sendo responsável pela formação da maioria dos professores locais. Contudo, enfrenta atualmente desafios financeiros e queda no número de matrículas, o que levantou preocupações sobre sua viabilidade.

A audiência foi conduzida pela presidente da Câmara, vereadora Lúcia Helena Libânio, e contou com a presença de representantes do Executivo municipal, como o secretário de Gestão, Paulo Boldrin; o secretário de Esportes e Lazer, Nelson Leandro Capiteli; a secretária de Educação, Mariana Panizza Locatelli; e a secretária de Saúde, Érica Bertelli Penha. Também estiveram presentes professores, alunos e ex-alunos da FEUC.

Desafios e soluções

As diretoras da FEUC, Gabriela Della Torre e Silva (administrativa) e Alessandra Oliveira Ribeiro Zane (acadêmica), apresentaram a atual situação da instituição. Gabriela destacou que, após anos de declínio, a queda no número de matrículas foi estabilizada e os processos seletivos têm apresentado melhora. "Atualmente, temos 307 inscrições para os cursos, das quais 263 já foram aprovadas. Mudamos a abordagem de divulgação, o que tem surtido efeito positivo", explicou.

Ela também alertou que as discussões sobre um possível fechamento da faculdade criaram um clima de incerteza, prejudicando o vestibular e gerando insegurança na comunidade acadêmica.

Alessandra ressaltou o esforço conjunto de professores, coordenadores e alunos para manter a instituição atualizada com as exigências do Conselho Estadual de Educação, além de iniciativas para atrair novos estudantes.

Vereadores e comunidade

Durante a audiência, a vereadora Lúcia Helena relatou que a Câmara recebeu, no início de novembro, um parecer do Tribunal de Contas questionando o investimento realizado anualmente em uma instituição com poucos alunos. A Câmara, então, solicitou informações à Prefeitura sobre as ações realizadas em prol da FEUC nos últimos quatro anos.

Lúcia destacou que o objetivo da audiência era ouvir a comunidade acadêmica para formular um documento oficial que será encaminhado ao Executivo. "Não há intenção de fechar a instituição, mas é essencial buscar alternativas viáveis para garantir sua continuidade", afirmou.

Professores, alunos e ex-alunos reforçaram a relevância da FEUC para a formação educacional e cultural da região. Vereadores também contribuíram com sugestões e questionamentos, ressaltando a necessidade de um esforço conjunto para superar os desafios.

Ao final, a presidente da Câmara informou que a ata da audiência será encaminhada à Prefeitura, com a expectativa de que as propostas apresentadas contribuam para uma solução mais sustentável para a FEUC.