A sexagenária Faculdade Euclides da Cunha (FEUC) retorna ao centro das discussões — e com razão. Este é um momento crucial para refletirmos sobre seu papel no desenvolvimento do município. Ao longo de sua história, a instituição cumpriu e continua cumprindo sua missão, mas é hora de deixarmos o saudosismo de lado, compreendermos o presente e projetarmos um futuro sustentável e inovador.

Recentemente, o Executivo Municipal promoveu uma reunião com a direção da faculdade, pressionando as lideranças acadêmica e administrativa a buscarem soluções rápidas e viáveis para enfrentar a crise financeira e o baixo número de matrículas que desafiam a instituição.

Entretanto, é fundamental reconhecer que grandes transformações exigem investimentos consistentes. Se o poder público realmente almeja consolidar São José do Rio Pardo como um polo educacional, essa meta requer uma abordagem estratégica e de longo prazo.

Nossa luta pela criação de um Instituto Federal ou de uma faculdade pública em nosso município não deve ser vista como um obstáculo à manutenção da FEUC. Pelo contrário, essas iniciativas são complementares, atendem públicos distintos e têm o potencial de enriquecer o cenário educacional local.

Sempre defendi a FEUC como um instrumento essencial para o desenvolvimento regional. Além de oferecer cursos como Administração e Biomedicina, a faculdade desempenha um papel crucial na formação de professores, profissionais indispensáveis para a região. Estima-se que cerca de 80% dos docentes da nossa área passaram pela FEUC.

Atualmente, diante da escassez de professores no mercado de trabalho, os alunos da FEUC que desejam seguir essa carreira encontram grandes oportunidades de inserção profissional.

Para assegurar a continuidade e o fortalecimento da instituição, proponho as seguintes ações estratégicas:

·                     Unificação da Fundação Educacional e da FEUC, com gestão integrada e mais eficiente;

·                     Criação de um único cargo de direção, centralizando as decisões e otimizando a governança;

·                     Implementação de um sistema de bolsas de estudo para servidores públicos e seus dependentes;

·                     Formação de uma comissão de acompanhamento, responsável por monitorar e orientar as atividades da faculdade, caso essa medida seja alinhada ao entendimento da administração municipal.

A FEUC já superou desafios em momentos difíceis e, agora, começa a dar sinais de recuperação. Estamos em um ponto decisivo: o poder público será lembrado como o agente que salvou essa importante instituição ou como aquele que permitiu seu fechamento.

A educação é o caminho para um futuro mais promissor, e a FEUC é uma peça indispensável nessa jornada.