Depois de ser vítima de várias acusações e de ser investigada pdlo Ministério Público (MP), a presidente da Associação Lucas Tapi, Ana Paula Tapi, concedeu uma entrevista ao Portal da Cidade para rebater às acusações. Ana Paula estava acompanhada do seu advogado Hugo Cossi, do escritório de advocacia Andrade e Cossi. A associação, que presta assistência a pessoas com câncer e seus familiares, foi alvo de um processo administrativo instaurado pela Prefeitura de São José do Rio Pardo após uma denúncia anônima feita por telefone, além de apurações conduzidas pelo Ministério Público.

Na entrevista, Ana Paula e seu advogado apresentaram documentos para rebater as acusações, enfatizando que a associação segue todas as normas legais e que os procedimentos administrativos estão em fase de esclarecimento. Segundo Hugo Cossi, "não há inquérito policial em andamento contra a associação, apenas um procedimento administrativo instaurado pela prefeitura para apuração de supostas irregularidades no repasse de recursos."

Documentos

Uma das principais denúncias apontava que a associação teria falsificado documentos para obter contratos com a prefeitura. No entanto, Ana Paula nega qualquer irregularidade. "Não houve qualquer alteração documental por parte da associação. Todos os contratos seguem as exigências legais e podem ser auditados a qualquer momento."

Repasse de recursos

De acordo com o Portal da Transparência, a Prefeitura de São José do Rio Pardo destinou R$ 74.465,77 para a construção de uma cozinha industrial e R$ 96 mil anuais para serviços de assistência social e psicologia.

O advogado da associação explicou que os valores foram devidamente aplicados conforme os contratos firmados e que há documentação comprovando a prestação de contas.

Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio de um ofício datado de 21 de agosto de 2024, afirmou que "todos os orçamentos entregues pela Associação Lucas Tapi foram analisados pela gestão de parcerias do terceiro setor vinculadas à Saúde, e a documentação não apresenta indícios de fraude."

O documento destaca ainda que uma pesquisa de mercado foi realizada e constatou-se que os valores praticados estavam compatíveis com os preços de mercado.

Ministério Público

A defesa da associação também esclareceu que as investigações do Ministério Público relacionadas à entidade foram arquivadas e que, até o momento, não há novas intimações ou procedimentos instaurados contra a Lucas Tapi.

Um parecer recente do MP de Vargem Grande do Sul afirma que "não foi encontrado nada de anormal que desabone a associação, e, na ausência de fatos capazes de desqualificar a entidade, nada mais havendo a consignar, o caso foi encerrado."

Conselho Tutelar

Outra denúncia indicava que a associação teria publicado imagens de crianças sem autorização. Em depoimento prestado ao Conselho Tutelar em 9 de outubro de 2024, Ana Paula Tapi afirmou que "todas as postagens realizadas nas redes sociais da Associação Lucas Tapi contaram com a autorização das famílias."

Além disso, destacou que "nunca houve reclamações de familiares ou dos pacientes atendidos pela associação." O documento do Conselho Tutelar reforça que a entidade presta suporte psicológico e financeiro a pacientes de todas as idades.

O futuro da entidade

Ana Paula desabafou sobre o impacto das acusações na rotina da entidade.

"Nosso trabalho é totalmente voltado às pessoas que precisam de apoio. É muito desgastante enfrentar esse tipo de situação quando a intenção sempre foi ajudar. Nós estamos sofrendo muito com tudo isso, principalmente agora que afetou minha família. Enquanto era só comigo, eu aguentei, mas agora, com minha família envolvida, não. Família é sagrada."

Questionada se pensa em encerrar as atividades, afirmou que ainda avalia a situação. "Não tomamos decisão alguma ainda, mas é difícil continuar com tantas dificuldades."

Fonte: Portal da Cidade.