Nossa cidade começou a semana de uma forma muito triste. Na noite de domingo um incêndio no Asilo Lar de Jesus levou um idoso a óbito e deixou outros cinco idosos em estado grave. Ao longo da semana alguns faleceram e outros seguem hospitalizados. Que Deus os receba em paz, conforte a família, os amigos, a equipe do asilo e ajude na recuperação dos demais.

Esse episódio, uma fatalidade, pode nos ajudar a refletir sobre a situação que vivemos. Desde o fim de março nos esforçamos a ficar em casa, evitando contato social, nos distanciando de quem amamos. Empresários e empregados estão numa situação muito difícil, pois tiveram que fechar as portas. Tudo isso para tentar evitar a transmissão do vírus e consequentemente não sobrecarregar nosso sistema de saúde.

O "achatamento da curva" tem como objetivo evitar colapso de nossos hospitais e não faltarem leitos de UTI e internação para ninguém que precise.

Infelizmente muita gente não tem levado a sério e tem descumprido o distanciamento. Nao estou falando de quem precisa trabalhar para sustentar a casa, do empresário desesperado vendo seu negócio ruir. Mas falo de quem aproveitou os feriados para viajar, fazer uma pizzada com a galera, um churrasco com os "parças" e até um pancadão no Cristo.

Já temos transmissão comunitária do vírus, ou seja, não temos mais controle de como algumas pessoas se infectaram. Já sabemos que em vários bairros da cidade temos pessoas que contraíram a doença. Já temos óbitos suspeitos.

E o que isso tem a ver com o incêndio no asilo?

O cotidiano traz varias situações imponderáveis. Ninguém imagina que em um domingo à noite, em pleno dia das mães, poderia acontecer isso. Felizmente tivemos capacidade de atendimento desses idosos. Talvez se estivéssemos em outra cidade, com transmissão descontrolada, ou seja, com capacidade de atendimento próximo à zero, talvez os idosos não pudessem ser atendidos.

Ontem foram idosos, mas poderia ser um acidente de carro, uma gestante com dificuldades no parto, um infarto, uma criança engasgada ou alguém que se afogou. Coisas que acontecem cotidianamente.

Lembrando que estamos caminhando do outono para o inverno, momento em que varias doenças respiratórias aparecem e vagas de UTI e respiradores são naturalmente necessários. Os leitos de UTI podem fazer a diferença para o seu pai, para mãe do vizinho, para minha filha, para mim e para você. Não sabemos.

Por isso a importância de nesse momento sermos mais cautelosos. �? difícil. �? angustiante. �? triste. Mas é necessário. E quanto mais disciplinados formos, mais rápido sairemos dessa.

Insistimos, fique em casa. Isso em especial nas atividades desnecessárias como churrascos, ranchos, festas e aglomerações. Ame o próximo como a ti mesmo. Se ame! Se cuide!

Prof. Rafael Castro Kocian, é formado em Educação Física, especialista em Gestão e Políticas Públicas, mestre em Ciências da Motricidade e doutor em Desenvolvimento Humano e Tecnologias. Atualmente é professor do curso de Educação Física do Instituto Federal do Sul de Minas, campus Muzambinho, e vereador em nossa cidade.