O religioso Roberto Giovanni, de Casa Branca, e o bispo dom Tomás Vaqueiro são os novos postulantes à condição de santos pela Igreja Católica.

O Vaticano anunciou nesta quarta-feira, 28, o reconhecimento do irmão Roberto Giovanni, que viveu em Casa Branca (SP) por 55 anos, como "Venerável".

A promulgação do decreto que reconhece as virtudes heroicas de irmão Roberto foi autorizada pelo papa Francisco na terça-feira, 27, em reunião com o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.

A medida abre caminho para a beatificação de irmão Roberto, já considerado "Servo de Deus", título concedido pela Igreja Católica àqueles cujo processo de canonização foi iniciado oficialmente.

HIST�?RIA

Roberto Giovanni nasceu em Rio Claro (SP) no dia 16 de março de 1903, mas viveu em Casa Branca.

Na cidade, dedicou-se aos trabalhos domésticos, ao serviço paroquial e ao Santuário Nossa Senhora do Desterro, à assistência espiritual ao povo, principalmente aos pobres e doentes.

Em novembro de 1993, irmão Roberto ficou doente e foi morar em Campinas na casa de repouso dos Padres e Irmãos Estigmatinos. Com o passar dos dias foi acometido de uma pneumonia que o deixou debilitado. Ele morreu em 11 de janeiro de 1994, aos 90 anos.

Os moradores Casa Branca quiseram que o corpo de irmão Roberto fosse sepultado no mesmo Santuário onde ele serviu pela maior parte de sua vida.

Após sua morte, o fato de as pessoas o terem como santo e, pelas graças alcançadas por sua intercessão, foi aberto o Processo Canônico para a sua beatificação e canonização.

Com o encerramento do processo de beatificação diocesano no Brasil, o corpo foi exumado e os ossos foram transferidos para outro espaço do santuário.

No local, também estão as roupas com as quais ele foi enterrado e que 26 anos depois estão praticamente intactas. Parte do caixão também foi preservada junto com registros da história do servo de Deus.

O reconhecimento de irmão Roberto como Venerável abre caminho para a beatificação, título concedido pela Igreja Católica àqueles cujo processo de canonização foi iniciado oficialmente. Agora só falta a comprovação científica de mais dois milagres pra que o Irmão Roberto Giovanni possa ser reconhecido como santo.

DOM TOMÁS

Também esta semana, na última terça-feira, o bispo diocesano, dom Antonio Emidio Vilar, recebeu uma comunicação da Santa Sé, por meio da Congregação para a causa dos Santos, autorizando o processo de Beatificação de Dom Tomás Vaquero, que foi o segundo bispo da Diocese, falecido em 1992. Ele permaneceu no cargo por 28 anos.

"Damos graças a Deus por esse passo inicial e ainda agradecemos todo o bem que nossa Diocese recebeu por meio de Dom Tomás nas quase três décadas de seu pastoreio entre nós. Que do céu ele interceda por nossa Diocese e que seu exemplo de cristão nos ajude a seguir com entusiasmo a Jesus de Nazaré", escreveu o bispo.

Dom Tomás Vaquero, passa agora à condição de "Servo de Deus", a mesma alcançada pela leiga dona Lourdinha Fontão, de São José do Rio Pardo, cujo processo também está em andamento, na fase de pesquisa sobre os testemunhos.

Padre Donizetti Tavares de Lima, o sacerdote que moveu multidões a Tambaú, alcançou no início do ano a condição de "Beato".

Padre Matheus, de Espírito Santo do Pinhal, é o mais recente "candidato". O religioso também passou à condição de "Servo de Deus".

Etapas para a santidade

Servo de Deus

Título recebido logo que a causa é iniciada. A vida do servo de Deus é minuciosamente investigada a fim de se comprovar sua fama de santidade

Venerável

O candidato recebe o decreto de "virtudes heróicas" ou "martírio". A vida continua sendo pesquisada para se encontrar milagres ou comprovar que a morte foi santa

Beato

Se ao menos um milagre é comprovado pelo postulador e reconhecido pelo Vaticano, o venerável é beatificado

Santo

Se dois milagres, ou mais, forem comprovados, o beato é finalmente canonizado e se torna um santo.